segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

PIRILAMPOS

Eis a cura que não cura este remédio da verdade: apaixonei-me pelos pirilampos. São sinónimos do cérebro humano; quando luzem, faiscam as ideias, luminosas e inconciliáveis, da Humanidade; quando se desligam, são os esconderijos perfeitos de amantes invioláveis e de todos os abrigos dos segredos que a Humanidade desconhece. Uma vez, uma única vez, assisti ao grande bailado dos pirilampos numa noite de serenidades; fui regado com a Aurora Boreal de uma Eternidade desconhecida. Quando o bailado cessou, perdi-me na floresta impenetrável da sobrevivência. Só os pirilampos das suas memórias conhecem o paradeiro do seu labirinto, onde eu me fiz, sabendo o nada do saber.

Biblioteca de Oeiras, 28/12/2009 - 10H35 - Jorge Brasil Mesquita

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